31.3.06

Osasco, 5 da manhã.

A fábrica está funcionando. As luzes estão acesas e o som é inconfundível, uma batida ritmada, é como naqueles filmes antigos que mostravam o futuro. Aparentemente não tem ninguém lá dentro, também não há carros. Apenas as máquinas funcionando.

O movimento de pessoas na rua está começando agora. O comércio próximo à estação de trem ainda está fechado. Apenas uma padaria e uma barraquinha improvisada na calçada estão funcionando.

No trem até a Barra Funda, o vagão está cheio. Os passageiros sofrem com os trancos provocados pelo trilho irregular. Os olhares são tristes, nenhum sorriso, nenhuma conversa. Alguns ficam sentados no chão, encostados nos cantos, com a cabeça baixa. Não acredito que seja possível dormir naquela posição. Também não é fácil ficar em pé, são poucos os lugares para se segurar. Aqueles que conseguiram um lugar nos bancos também estão com a cabeça baixa.

Os passageiros têm que estar muito atentos, quase não existe sinalização nas estações. Uma voz no alto falante tenta dar a informação, mas não consegue, ouve-se apenas um chiado: “Estação ---------”.

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