17.7.06

Era um rapaz com pouco mais de 20 anos. Depois de 6 meses vivendo na metrópole, ele finalmente decide visitar sua mãe no interior. A volta foi na madrugada de domingo para segunda, eram 5 da manhã quando ele desceu da rodoviária, tão vazia quanto a estação de metrô que ainda iniciava suas atividades.

Na saída da estação, a mala pesada já incomodava o ombro. Eram apenas 3 quadras até o prédio e logo ele estaria em sua cama. Antes do final do segundo quarteirão, dois homens se aproximaram:

- Dá um real aí maluco! Vamo lá, dá uma força ae.

- Poxa companheiro, se me desculpa, mas to sem um tostão.

Ele mostra os bolsos vazios enquanto pensa nos 50 reais dentro de sua carteira, estrategicamente colocada no bolso da jaqueta.

- Não vem com história não! Eu e meu irmão aqui somos ex-presidiários e tamos tentando levar a vida do jeito certo, agente só quer um real maluco!

- Meu, to ligado, mas te juro, to totalmente zerado!

- Escuta aqui mano, meu irmão aqui ta armado. Mostra a porra da carteira antes que ele faça alguma besteira!

- Tá bom, tá bom, a carteira tá aqui.

Um pensamento passa pela sua cabeça: “eu também estou armado”! Ele trazia na mala o presente que sua namorada havia dado no seu último aniversário: uma pequena espada japonesa, afiada pelo avô dela. Suas mãos vão até o bolso da mala.

- Péra só um pouco, vou pegar a carteira, tá aqui dentro da mala.

Os dois estão bem perto. Sua mão sente o frio do cabo da espada dentro da mala. Com um movimento rápido, a espada atinge o sujeito que supostamente estava armado. A lâmina pega direto no braço esquerdo. Em seguida, outro golpe. Esse pega de raspão no peito do outro. O sangue espirra em sua camiseta.

- Caralho! Filho da mãe! Olha o que você fez! – Grita um deles enquanto se afasta assustado. Eles não esperavam uma reação.

- O cara ta com uma espada, pega ele!

É a última coisa que ele escuta enquanto corre em direção a uma rua escura, no caminho para seu apartamento. “O que eu fiz?” – é o pensamento que não sai de sua cabeça.

Com a mancha de sangue escondida pela jaqueta e a espada de volta na mala, ele passa rapidamente pelo porteiro. “O que eu fiz?”, pensa mais uma vez antes de pegar no sono.

O calor do meio dia o faz acordar suado. A lembrança da noite anterior parece uma sombra em sua cabeça. O rapaz se levanta e vai em direção a sua mala. A espada está lá, intacta. Ele olha para o lado e observa sua carteira jogada em cima da mesa, vazia.

10 comentários:

Anônimo disse...

foi assaltada ai, frances?

Anônimo disse...

digo, assaltado.

Vinicius Aguiari, disse...

boa história, a la Kill Bill... mas levaram seu dinheiro?

Anônimo disse...

da proxima vez, faça como o Zatoichi...

Bruno Saia disse...

é, na verdade levaram sim... mas pelo menos eu ganhei uma história!

Anônimo disse...

Engraçado, essa semana tive um sonho parecido; só que no meu caso conseguia desarmar o ladrãozinho e ficava furando o braço do maldito com um canivete minúsculo.

A grande diferença é que acordei e realmente nada havia acontecido.

Anônimo disse...

é por isso que sempre levo troco do bandido no bolso...

Anônimo disse...

Bolso vazio??? Isso não cola mais. Carregue doi real no bolso e diz q é pra pagar o busa. Se der sorte os cara só levam isso, mano.

Anônimo disse...

best regards, nice info »

Anônimo disse...

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